segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cães desfilam na Pet Fashion Week em SP




Semana de moda animal’ ocorre este fim de semana.Seis grifes são brasileiras e três do exterior mostraram as coleções.

Cães foram a atração deste sábado (24) nos desfiles promovidos pela Pet Fashion Week, em um hotel da Zona Sul de São Paulo. Acompanhados de modelos profissionais, os bichinhos desfilaram coleções de seis grifes brasileiras e três do exterior. O tema era a moda nos bairros de Nova York. O evento também acontece no domingo (25) e há feira de negócios para o setor.(Foto: Andre Penner/AP)

Fonte G1.COM

Vazamento nos EUA pode causar desastre ambiental

A plataforma explodiu e afundou na semana passada. Onze pessoas continuam desaparecidas

BBC Brasil | 26/04/2010 10:55

A explosão de uma plataforma de petróleo em frente à costa americana, na semana passada, e o subsequente vazamento de cerca de mil barris de petróleo por dia no mar podem provocar um desastre ambiental, segundo autoridades.

Os esforços de limpeza do óleo em frente à costa da Louisiana foram suspensos nos últimos dois dias por causa do mau tempo na região e mancha no mar já chega a 1.500 quilômetros quadrados.

Onze funcionários da plataforma – que era operada pela BP - continuam desaparecidos e acredita-se que eles foram mortos no acidente. Mais de cem funcionários foram resgatados.

A plataforma Deepwater Horizon explodiu na terça-feira passada e afundou na quinta, depois de ficar dois dias em chamas.

Segundo as autoridades locais, o vazamento de óleo tem potencial para danificar praias, ilhotas e manguezais na costa da região.

A plataforma realizava perfurações exploratórias 84 quilômetros ao sudoeste de Venice, na Louisiana, quando ocorreu a explosão.

A BP está usando um submarino robô para tentar fechar válvulas no poço e acabar com o vazamento, mas a tarefa é extremamente complexa e pode não ser bem sucedida, disseram fontes da BP à agência de notícias Reuters.

A empresa também acionou mais de 30 navios e vários aviões para espalhar agentes dispersantes sobre a mancha de óleo, mas os esforços foram suspensos no fim de semana por causa do mau tempo.

Por enquanto, as condições meteorológicas estão mantendo a mancha distante da costa e especialistas esperam que as ondas ajudem a "quebrar" a mancha, permitindo que o óleo endureça e desça para o chão do oceano.

Prioridade
Inicialmente, a guarda costeira acreditava estar lidando apenas com um vazamento residual na superfície, mas depois constatou que havia óleo vazando de canos a 1.500 metros de profundidade.

No ano passado, a BP foi multada em US$ 87 milhões por não ter melhorado as condições de segurança depois de uma enorme explosão que provocou a morte de 15 pessoas em uma refinaria na cidade do Texas.

O Serviço de Administração Mineral dos Estados Unidos tinha realizado inspeções de rotina na plataforma Deepwater Horizon em fevereiro, março e abril deste ano, sem encontrar nenhuma violação às normas de segurança.

A causa da explosão ainda não foi identificada.
Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, disse que seu governo está oferecendo “toda assistência necessária” para o resgate e para os esforços de limpeza na região.

Ele descreveu a crise na plataforma operada pela BP como a “prioridade número um” de seu governo.

Veja o vídeo:





As políticas da extinção

Espécies se vão, espécies reaparecem. Os mecanismos para se declarar um animal extinto são mais tortuosos do que se imagina

O ano de 2010 ainda nem chegou à metade e já está trouxe novidades, do ponto de vista da conservação ambiental. Desde janeiro pelo menos três espécies consideradas extintas voltaram a aparecer no mundo, uma delas inclusive no Brasil.

Sem nenhum registro há mais de 200 anos, a planta Microlicia myrtoidea, um arbusto florido da família do manacá da serra, foi encontrada durante as obras de construção do Rodoanel, em São Paulo.Também desaparecido há mais de um século, o minúsculo inseto voador Hydroptila tigurina – com menos de 3 milímetros de comprimento – foi localizado no Reino Unido. Na Austrália, o “ressurgimento” da rã Litoria castanea ganhou ares de festa patriótica, com direito a anúncio feito pelo ministro do Meio Ambiente e Mudança Climática, Frank Sartor.

Mas nem tudo é festa. A mais nova atualização da chamada Lista Vermelha – mais respeitado documento sobre preservação de espécies – classifica como “provavelmente extintas” quatro variedades esturjão, peixe que fornece as ovas do caviar. Segundo a ONU, cerca de 150 espécies são extintas todos os dias no mundo, a maioria causada pela intervenção do homem e os efeitos do aquecimento global, que interfere no equilíbrio de alguns ecossistemas. Para atrair as atenções mundiais para a causa, a ONU declarou 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade e realizará, em setembro, a Convenção sobre a Biodiversidade em Nova York, para alertar para a sinistra previsão de que, até 2030, 75% de todas as espécies de animais e vegetais podem estar ameaçadas de extinção. Hoje, elas são 36%. Répteis estão entre os mais vulneráveis. De todas as espécies conhecidas, 28% estão ameaçadas. Entre as plantas, o número chega a 70%. Nos mamíferos conhecidos, dois em cada 10 estão sob risco de extinção.


Foto: © AP

O ressurgimento de uma rã considerada extinta ganhou festa na Austrália

Quando se decreta uma extinção
Apesar das comemorações por um lado e preocupações por outro, as descobertas reacenderam uma questão delicada para os ambientalistas: qual é, afinal, o critério que determina a extinção definitiva de uma espécie?

"As listas de espécies ameaçadas são importantes, mas estão longe de serem absolutas e indiscutíveis", considera o especialista em conservação Robert Sweer, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, para quem é preciso maior atenção da comunidade internacional quanto aos critérios usados.

Decretar o fim de uma espécie é uma tarefa trabalhosa, demorada e muito cara. Pelos últimos números divulgados da Lista Vermelha, compilada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), já são 875 espécies completamente extintas ou extintas na natureza e outras 17.291 criticamente ameaçadas de desaparecer totalmente. Segundo a Convenção sobre a Diversidade Biológica da ONU, a perda de espécies é cem vezes maior que a velocidade da extinção natural.

Embora os números sejam aparentemente precisos, não é fácil monitorar populações inteiras de animais ou vasculhar áreas extensas de florestas atrás de uma ou outra variedade de planta. Por isso, normalmente é preciso esperar muitos anos, até décadas, sem que haja qualquer registro do organismo. Em alguns casos, porém, cientistas organizam expedições ao habitat das espécies suspeitas de estarem desaparecendo.

Como ainda não se tem um levantamento preciso de todas as espécies de plantas, insetos e animais do planeta – estima-se que os registros não cheguem a 50% da biodiversidade-, o trabalho fica ainda mais difícil. Em muitos casos, a possibilidade de extinção é feita por amostragem.

Para saber chegar à quantidade de espécies destruídas, por exemplo, pelo desmatamento de grandes áreas de floresta, os cientistas estimam a quantidade de vida presente na mata e depois calculam o quanto dela foi perdido com o desaparecimento desse ambiente. Em muitos casos, sabe-se que há espécies codependentes, o que provoca um efeito cascata na destruição.

Mas, para além das questões ecológicas, o desaparecimento das espécies tem sérias implicações financeiras e políticas. Declarar que um organismo está oficialmente extinto significa acabar com os recursos para a preservação de seu habitat e mesmo para incursões em florestas e rios à sua procura. Os fundos de financiamento ambiental movimentam bilhões de dólares todo ano, beneficiando organizações não governamentais, universidades e até políticas públicas. Por isso, apontam alguns críticos, muitos conservacionistas relutam em oficializar a extinção.

O tema também envolve interesses nacionais. Em alguns casos, a extinção também pode arranhar a reputação de um país e despertar pressão da comunidade internacional. O exemplo mais recente é do boto Baiji, natural do rio Yangtzé, na China. A construção da usina hidrelétrica de Três Gargantas alterou a vazão e o curso das águas, prejudicando a reprodução e a locomoção da espécie. Em 1986, havia mais de 300 indivíduos no rio. Em uma expedição em 2006, com a usina já em funcionamento, não foi encontrado nenhum. Ainda assim, o governo chinês não admite publicamente o desaparecimento do boto e alguns especialistas envolvidos em projetos de conservação no rio também não.

Atenção internacional
O documento que guia as políticas de conservação em todo mundo é a Lista Vermelha da IUCN. Ela traz um inventário de várias espécies e subespécies de plantas, animais, fungos e seres unicelulares. As informações são coletadas por diversos institutos e pesquisadores. Embora seus criadores procurem não deixar as espécies por mais de cinco anos sem reavaliação, há mais de 7 mil delas sem novas informações desde 1996.

Recentemente, o “reaparecimento” de espécies classificadas como extintas pela Lista Vermelha levou a IUCN a rever seus critérios. A organização endureceu os critérios e agora pede o parecer de vários especialistas para bater o martelo quanto ao desaparecimento de uma espécie em definitivo.

Veja na galeria abaixo as dez espécies com maior risco de extinção:
Foto: Getty Images

Panda gigante: o desmatamento de áreas extensas fragmentou seu habitat, isolando os 1600 animais que ainda vivem em liberdade na China e prejudicando sua reprodução.


Foto: © AP

TIgres: pesquisadores estimam que existam atualmente menos de 3.600 tigres na natureza,vítimas da caça indiscriminada e da destruição de seu habitat.



Foto: Getty Images

Cervo de Père David: originário da China, é considerado extinto na natureza. Há planos de estímulo à reprodução em cativeiro para reintroduzir o animal na natureza.


Foto: Getty Images

Gorilas-das-montanhas: vivendo em uma das áreas mais populosas da África, nas regiões de Uganda, eles são ameaçados principalmente pela destruição da floresta.


Foto: Getty Images

Esturjão: o caviar pode estar com seus dias contados. A pesca predatória e ilegal reduziu drasticamente a presença do peixe nos oceanos.



Foto: Getty Images

Orangotango-de-bornéu: o segundo maior macaco do mundo corre risco de extinção pela destruição das florestas onde vive e pelo avanço da lavoura em seu território.


Foto: Getty Images

Tataruga-de-couro: maior tartaruga marinha do mundo, afetada pelo aquecimento global e pela pesca. Muitas vezes, elas ficam presas nas redes.


Foto: Reprodução/Alain Compost

Rinoceronte-de-java: Estima-se que haja menos de 60 na natureza. Os órgãos, os ossos e o chifre do animal são muito usados na medicina tradicional chine


Foto: Getty Images

Crocodilo chinês: restam menos de 200 exemplares na natureza. Os agricultores matam os crocodilos temendo ataques às plantações e às criações.


Foto: Getty Images

Urso polar: é uma das espécies mais vulneráveis com o aquecimento global, que diminui a quantidade de gelo em seu habitat.


Giuliana Miranda, especial para o iG | 25/04/2010 05:13